A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na adquisição das bases de sua personalidade.
Estágios da infância
A infância é um período no qual a criança cresce fisicamente e matura-se psicologicamente. Após isto, vem a adolescência. Embora em várias crianças ocorra o que se chama depuberdade precoce, deve-se esclarecer que tais crianças ainda não têm maturidade psicológica suficiente para serem consideradas adolescentes, mesmo tendo o porte físico de um.
Do nascimento até o início da adolescência, os pais são os principais modelos da criança, com quem elas aprendem, principalmente por imitação. Filhos de pais que os abusam ou negligenciam tendem a sofrer de vários problemas psicológicos, inclusive, depressão.
A principal atividade das crianças são as brincadeiras, as quais são responsáveis por estimular o desenvolvimento do intelecto infantil, a coordenação motora e diversos outros aspectos importantes ao desenvolvimento pleno da criança.[1]
[editar]0 - 18 meses
Neste estágio, o bebê é totalmente dependente de terceiros (geralmente, dos pais) para quaisquer coisas como locomoção, alimentação ou higiene. Neste período, o bebê aprende atos básicos de locomoção como sentar, engatinhar, andar. Recomenda-se o aleitamento materno exclusivo até que o sexto mês de vida; isso porque o leite materno tem uma composição mais adequada e exige cuidados mais simples em relação a outros tipos de leite, bem como possui anticorpos e outros fatores para proteger o lactente de infecções, e ainda fortalece a relação entre a mãe e seu filho. Caso haja empecilho ou, raramente, contra-indicação, ao aleitamento materno, leites substitutos como de vaca, cabra ou soja podem ser usados, além de leites de vaca modificados para ter composição mais semelhante ao humano. Esses leites, porém, têm maior risco de induzir alergias na criança (especialmente os leites animais in natura), e exigem suplementação de nutrientes como ferro ou ácido fólico, exceto aqueles que têm adição de vitaminas. Após o sexto mês de vida, a dieta alimentar de um bebê começa a variar, com a introdução lenta e gradual de novos alimentos.
Neste estágio da vida, a criança cresce muito rapidamente. Os primeiros cabelos, bem como os primeiros dentes, aparecem neste estágio. Aos 18 meses de vida, a maioria dos bebês já soltaram suas primeiras palavras. Este período é caracterizado pelo egocentrismo, pois o bebê não compreende que faz parte de uma sociedade, e o mundo para ele gira em torno de si mesmo.
18 meses - 3 anos
A pequena criança neste estágio cresce menos do que durante os primeiros 18 meses de vida. A criança, então, pode correr uma curta distância por si mesma, comer sem a ajuda de terceiros, e falar algumas palavras que têm significado (por exemplo, mamãe, papai, bola, etc), e a expectativa é que a criança continue a melhorar estas habilidades.
O principal aspecto desta faixa etária é o desenvolvimento gradual da fala e da linguagem. Aos três anos de idade, a criança já pode formar algumas frases completas (e corretas gramaticalmente) usando palavras já aprendidas, e possui um vocabulário de aproximadamente 800 a mil palavras.
A criança lentamente passa a compreender melhor o mundo à sua volta, e a aprender que neste mundo há regras que precisam ser obedecidas, embora ainda seja bastante egocêntrica - comumente vendo outras pessoas mais como objetos do que pessoas, não sabendo que estas possuem sentimentos próprios. Assim sendo, a criança muitas vezes prefere brincar sozinha a brincar com outras crianças da mesma faixa etária. No final desta faixa etária, uma criança geralmente já sabe diferenciar pessoas do sexo masculino e pessoas do sexo feminino, e também já começa a ter suas próprias preferências, como roupas e entretenimentos, por exemplo. Pode também ser capaz de se vestir sem a ajuda de terceiros, e de antecipar
3 a 4 anos
Crianças desta faixa etária começam a desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência, preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de escola. As crianças desta faixa etária são altamente ativas em geral, constantemente explorando o mundo à sua volta. As crianças passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles podem ou não fazer.
Nesta faixa etária, a criança já compreende melhor o mundo à sua volta - tornando-se gradualmente menos egocêntrica - e melhor compreendendo que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta. Também passam a compreender que outras pessoas também possuem seus próprios sentimentos. Assim sendo, as crianças gradualmente aprendem sobre a existência de padrões de comportamentos - ações que podem ou devem ser feitas, e ações que não devem ser feitas. Os pais da criança - os principais modelos da criança, nesta faixa etária - geralmente determinam se uma dada ação da criança foi boa ou má, muitas vezes recompensando a criança pelas suas boas ações e castigando a criança pelas suas más ações.
Crianças, a partir dos três anos de idade, também passam a aprender padrões de comportamento de um processo chamado identificação. As crianças passam a se identificar com outra pessoa por causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa próxima como outro parente ou uma babá, por exemplo) e semelhanças físicas e psicológicas. Também a partir dos três anos de idade que as crianças passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos, como os estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com bola, menina brinca com boneca).
A grande maioria das crianças abandona as fraldas nesta faixa etária. A partir dos três anos de idade, a criança cresce lentamente, em contraste com o crescimento acelerado ocorrido desde o nascimento até os dezoito meses de vida. Meninos e meninas têm peso e altura semelhantes.
[editar]5 - 9 anos
O período entre cinco a nove anos de idade é marcado pelo desenvolvimento psicológico da criança. Esta continua a se desenvolver fisicamente, lenta e gradualmente, mas acima de tudo elas se desenvolvem e amadurecem socialmente, emocionalmente e mentalmente.
Na maioria das sociedades, as crianças já aprenderam regras e padrões de comportamento básicos da sociedade por volta do quinto ano de vida. Elas aprendem então a discernir se uma dada ação é certa ou errada. A vida social da criança passa a ser cada vez mais importante, e é comum nesta faixa etária o que se chama de o(a) melhor amigo(a).
Na maioria dos países, crianças precisam ir à escola, geralmente a partir do sexto ou do sétimo ano de vida. Atualmente, no Brasil o governo aderir obrigação dos pais levarem as crianças na escola a partir dos cinco anos de idade. Nesta faixa etária, regras básicas da sociedade são mais bem compreendidas. Aqui, é dada ênfase à capacidade de resolução de problemas, uma habilidade que é aperfeiçoada com o passar do tempo. A racionalização também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o quinto ou sexto ano de vida, as crianças muitas vezes procuram resolver problemas através da primeira solução - certa ou não, racional ou não - que vem à sua mente. Após o quinto ou o sexto ano de vida, a criança passa procurar por diversas soluções, e a reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica ao solucionamento do problema.
Por volta dos sete ou oito anos de idade, as crianças passam a racionalizar seus pensamentos e suas crenças, procurando as razões, os porquês por trás de um problema ou de um fato. Assim, as próprias crianças passam a analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade. Além disso, a partir dos seis anos de idade, as crianças passam a se comparar com outras crianças da mesma faixa etária. Estes dois fatos, aliados ao crescimento da vida social da criança, diminuem a importância dos pais e da família como modelos de comportamento da criança, e aumentam a importância dos amigos e dos professores.
A comparação que uma dada criança faz de si mesma à outra também afeta a auto-imagem e a auto-estima da criança - a opinião que uma pessoa tem de si mesma. O tipo de auto-imagem formada durante a infância pode influenciar o comportamento desta pessoa naadolescência e na vida adulta. As crianças passam a desenvolver a auto-imagem após os três anos de idade, à medida que as crianças se identificam com seus pais, parentes, e posteriormente, pessoas próximas. Esta auto-imagem pode ser positiva ou negativa, dependendo das atitudes e das emoções das pessoas com as quais a criança se identifica. Crianças com auto-imagens positivas geralmente possuem boas impressões de seus pais e uma ativa vida social; por outro lado, auto-imagens negativas costumam ser fruto de famílias disfuncionais, onde o relacionamento entre seus membros seja problemático. A comparação que uma criança faz em relação a outras crianças pode alterar esta auto-imagem. Além disso, vários outros fatores podem influenciar o comportamento de uma criança, como abuso infantil, problemas sócio-psicológicos (vítima de agressão na escola, por exemplo) e eventos marcantes (perda de um parente ou amigo, por exemplo).
Os dentes de leite começam a cair no sexto ano de vida, um por um, até a adolescência. O crescimento de peso e altura é pequeno e semelhante entre meninos e meninas, que continuam a ter peso e altura semelhantes. Quanto à força física, em teoria, meninos e meninas desta faixa etária têm força física semelhante, mas meninos, por geralmente serem mais incentivados pela sociedade a participar de atividades físico-esportistas, tendem a ter um pouco mais de força física do que as meninas..10 Pré-adolescência
faixa etária que vai desde o décimo ano de vida é época de intensas mudanças físicas e psicológicas: é a chamada pré-adolescência. Nesse período da vida as crianças passam a ter mais responsabilidades (deveres), ao mesmo tempo em que passam a querer e exigir mais respeito de outras pessoas - particularmente dos adultos. A criança nesta faixa etária passa a compreender mais a sociedade, ordens sociais e grupos, o que torna esta faixa etária uma área instável de desenvolvimento psicológico.
A participação num grupo de amigos que possuem gostos em comum passa a ser de maior importância para a criança, onde o modelo dado pelos amigos começa a obscurecer o modelo dado pelos pais. Começam as preocupações como a expectativa de ser aceito por um grupo, ou certas diferenças em relação a outras crianças da mesma faixa etária se agravam aqui, e são um aspecto de maior importância na adolescência. Muitas vezes, pré-adolescentes sentem-se rejeitados pela sociedade, podendo desencadear problemas psicológicos tais como depressão ou anorexia, por exemplo.
A pré-adolescência é marcada pelo início das intensas transformações físicas que transformam a criança em um adulto; é o início dapuberdade, marcada principalmente pelo aumento do ritmo de crescimento corporal e pelo amadurecimento dos órgãos sexuais.
A puberdade para as meninas chega entre o 10º e o 12º ano de vida, onde os primeiros pelos pubianos e nas axilas aparecem, vem a primeira menstruação, os seios começam a crescer. Neste período, as meninas passam, em média, a ser mais altas e mais pesadas que os meninos, onde a puberdade ainda não começou. A maturação dos órgãos sexuais inicia-se geralmente depois, no 11º ao 14º ano de vida. Somente mais tarde, no 12º ao 14º anos de vida, a puberdade começa para os meninos, começo de um alto crescimento físico (em altura, peso e força muscular), crescimento de pelos pubianos e nas axilas e engrossamento do timbre de voz. Com o pico do crescimento físico da maioria das meninas já havendo terminado, os meninos passam à frente das meninas, definitivamente, em peso, altura e força muscular. A maturação dos órgãos sexuais dá-se geralmente depois, no 14º ao 15º ano de vida.
[editar]Gênero
Crianças do sexo feminino são chamadas de meninas, e crianças do sexo masculinos são chamados de meninos. Uma pequena percentagem dos humanos são hermafroditas - embora o hermafroditismo seja apenas uma distinção biológica, e não necessariamente social ou psicológica. Fora as diferenças existentes no sistema reprodutor, meninos e meninas não diferem muito fisicamente entre si até o início da puberdade, com crianças de ambos os sexos, com a mesma idade, possuindo aproximadamente a mesma altura e o mesmo peso.
As crianças de ambos os sexos crescem em altura por igual até os nove - dez anos de idade, quando o início da puberdade nas meninas faz com que elas se tornem, na média, mais altas do que os meninos, até os doze anos de idade, quando a puberdade tem início nos meninos, com a altura e o peso médio dos meninos superando os das meninas. Uma criança de nove anos possui em média entre 130 a 140 centímetros de altura, nos Estados Unidos da América. Quanto à massa corporal, o peso médio dos meninos é entre 25 a 37 quilogramas, enquanto o peso médio das meninas é geralmente um pouco menor - possivelmente por causa de estereótipos impostos pela sociedade, embora alguns especialistas crêem que diferenças genéticas estejam por trás desta diferença. Uma criança não é necessariamente anormal se seu peso e/ou altura são maiores ou menores do que a média.
Um assunto muito discutido são as diferenças psicológicas entre meninos e meninas no que se refere à identidade sexual das crianças. Enquanto a maioria dos psicólogos acreditam que as diferenças psicológicas entre ambos os sexos seja determinada primariamente pelo ambiente onde a criança vive e pelos estereótipos impostos à criança pela sociedade, alguns especialistas, primariamente geneticistas, consideram que a genética possui maior peso nestas diferenças.
[editar]Diferenças de inteligência
As diferenças de inteligência entre diferentes crianças são feitas através de testes de quociente de inteligência. Tais testes servem para indicar a habilidade mental no geral de uma criança em relação à média de outras crianças da mesma idade. A média é igual a 100. A perfomance da criança no teste é pontuada. Cerca de dois terços das crianças são consideradas normais (pontuação entre 84 a 116). Um sexto pontuam mais do que 116, e são consideradas super-dotadas. Um sexto das crianças pontuam menos de que 84, neste caso, a presença de uma deficiência mental (e muitas vezes permanente - com vários graus de severidade) é considerada - embora várias crianças pontuem menos do que a média por causa de problemas psicológicos.
Os testes de quociente de inteligência são usados especialmente para o auxílio do diagnóstico de problemas neurológicos ou psicológicos, e também em testes que visam ao estudo da genética, seu papel no desenvolvimento de uma pessoa e no seu papel do desenvolvimento das diferenças entre diferenças psicológicas entre diversas pessoas. A pontuação de pessoas relacionadas geneticamente (ou seja, possuem laços defamília) que fizeram pelo quociente de inteligência geralmente diferem menos do que as diferenças entre a pontuação de pessoas não relacionadas geneticamente, o que sugere que a genética tem um peso considerável - se não majoritário - na habilidade mental de uma pessoa. Porém, outros especialistas acreditam que é o ambiente no qual a criança vive que é o fator primário na formação psicológica e da habilidade mental. Estes especialistas fazem uso de estudos entre crianças culturalmente deprivadas - crianças que são criadas sem os estímulos necessários que as ajudam na educação escolar e/ou que sofrem de abuso infantil, e que possuem no geral um quociente de inteligência menor do que a média. O quociente de inteligência destas crianças, nos estudos realizados, aumentou muito após receberem cuidados especiais.
Já outros especialistas questionam o uso destes testes, e que tais testes não são eficientes para medir a habilidade mental e a inteligência como um todo de uma criança. Estes especialistas alegam que a inteligência envolve vários fatores - memória, lógica e originalidade, por exemplo, e que uma criança pode destacar-se em uma ou mais áreas enquanto sofre dificuldades em outras.
[editar]O papel dos pais
Os pais de uma criança possuem um papel fundamental no desenvolvimento psicológico da criança, além de serem os responsáveis pela sustentação dela. Uma das principais preocupações dos pais é ajudar a criança em desenvolvimento a crescer normalmente. A palavra normal possui dois sentidos, quando relacionada com o desenvolvimento infantil. A primeira delas é a ausência de anormalidades físicas e/ou psicológicas, que são consideradas anormais em toda sociedade e cultura. Estas anormalidades incluem epilepsia, esquizofrenia e doenças genéticas. A maioria destas doenças surgem por motivos que não relacionados com a forma com o qual os pais criaram a criança.
A segunda definição - onde os pais possuem grande influência - é se a criança possui certas habilidades ou traços, algumas delas valorizadas pelos pais, outras valorizadas pela sociedade onde a criança vive. Uma criança é considerada normal se ela possui estas características. Algumas destas características valorizadas internacionalmente incluem viver amigavelmente com outras pessoas, agir inteligentemente e de maneira responsável, e a comunicação. Estas últimas habilidades são essenciais para a vida de uma pessoa dentro de uma sociedade, e os pais possuem grande influência no desenvolvimento destas características. Crianças vítimas de negligência ou de abuso infantil (por parte dos pais), por exemplo, muitas vezes se comportam de maneira agressiva ou muito retraída com outras pessoas, por exemplo.
Já outras habilidades e traços são valorizados apenas por certas culturas. Por exemplo, nos países desenvolvidos e em vários países em desenvolvimento, espera-se da criança que ela aprenda eventualmente a ler e a escrever. Uma criança incapaz de adquirir esta habilidade pode ser vista como anormal. Porém, em vários países em desenvolvimento, espera-se muitas vezes que uma criança ajude seus pais a sustentar sua família. Tais crianças são consideradas muitas vezes normais - na sociedade onde elas vivem - se elas adquirem as habilidades necessárias para trabalhar e sustentar a sua família, bem como não são vistas como anormais se não sabem ler e escrever. Certas culturas como a "cultura ocidental" vêm o sexo masculino e o sexo feminino como iguais - ambos possuem os mesmos direitos - e meninos e meninas são criados igualmente. Já em outras culturas, traços considerados masculinos - como independência e competitividade - são considerados anormais entre mulheres, e, portanto, meninos muitas vezes são incentivados pelos pais a ter tais traços, enquanto tais traços entre meninas são reprimidos.
Os pais são especialmente responsáveis em cuidar da criança e de suas necessidades físico-psicológicas, do uso de recompensas e punições, e como modelos de comportamento. Em muitos casos onde há omissão dos pais em termos de afeto e relacionamento as crianças podem desenvolver sérios problemas emocionais. A chamada "terceirização da infância", termo usado pelo pesquisador José Martins Filho em seu livro "A criança terceirizada: os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo", é uma realidade em várias partes do mundo e, principalmente, no Brasil.
Encontrei este tema no site da WIKIPÉDIA, façam uma visita nesta enciclopédia.
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